P. Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, SCJ

Foto Pe. Leo


Breve biografia
Pe. Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, SCJ
(1961-2007)

Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, mais conhecido como Padre Léo, nasceu no dia 9 de outubro de 1961. Nascido em uma família humilde no sul de Minas Gerais, nono filho de Joaquim Mendes Pereira (seu Quinzinho) e Maria Nazaré Guimarães (dona Nazaré, ou dona Lé, para os mais próximos), Padre Léo foi torneiro mecânico na Ducarsil, entre 1976 e 1978 e, posteriormente, na Fábrica de Armas de Itajubá, a IMBEL, de 1978 a 1981. Entrou para o Seminário Dehoniano (Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus) em 1982. Fez o noviciado em Lavras – MG e em Jaraguá do Sul – SC, cursou Filosofia em Brusque – SC e concluiu o curso de Teologia em Taubaté – SP, na Faculdade Dehoniana.
Padre Léo, ordenado sacerdote em 1990, fundou a Comunidade Bethânia em 1995, cujo carisma é o acolhimento de pessoas marginalizadas, dependentes químicos e prostituídos. Por meio desta comunidade, Padre Léo ensinou a necessidade de se conduzir um trabalho embasado em uma visão integral do ser humano, na qual se busca enxergar as dimensões física, a psico-afetiva e a espiritual.
Seu carisma foi amplamente conhecido no Brasil por meio de sua grande atuação na Renovação Carismática Católica. Foi pregador de multidões desde o tempo de fráter, durante o Seminário. Participou de Cenáculos patrocinados pela Renovação Carismática, que atraiam milhares de pessoas em grandes ginásios e estádios, como o Morumbi ou o Pacaembu, em São Paulo e em todos os estados brasileiros.
Com sua pregação rica em conteúdo e nova em sua forma de apresentação, Padre Léo, seguindo o carisma da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, buscou evangelizar por variados meios de comunicação. Publicou em vida 27 livros, atuou em programas católicos de televisão na Associação do Senhor Jesus, em Valinhos – SP e, posteriormente, no Sistema de Comunicação – Canção Nova, em Cachoeira Paulista – SP, onde ganhou fama nacional e internacional.
Tornou-se pregador famoso na TV ao mesmo tempo em que conduziu seus trabalhos na Comunidade Bethânia, sediada em São João Batista – SC, que se expandiu rapidamente abrindo novas casas: em Curitiba – PR, em 1998; Foz do Iguacu – PR, em 1999. Em seguida, são abertos os recantos de Guarapuava – PR, em 2000; e em Lorena – SP, em 2003.
Uma vez que o consumo de drogas lícitas e ilícitas no Brasil sugere, desde o final do século passado, uma verdadeira epidemia, com graves consequências sociais, torna-se cada vez mais necessária a expansão da rede de cuidados para o tratamento e a recuperação de dependentes químicos. A Associação Educacional e Assistencial Bethânia é uma associação civil, de cunho religioso, de âmbito nacional e de Utilidade Pública Federal registrada e reconhecida formalmente para atuação nessa área. Desde 1995, quando da sua fundação, a Comunidade, por intuição de seu fundador, acolhe os dependentes químicos como em uma casa de família, não atuando como um centro de reabilitação nos moldes tradicionais. Todos os que são acolhidos em Bethânia são, desde o princípio, carinhosamente chamados de “filhos”, demonstrando uma atenção e um cuidado afetivo que, na maioria das vezes, nunca foi experimentado antes pela pessoa.
A resposta obtida em inúmeros casos de recuperação e ressocialização, aliadas ao carisma de seu fundador, aumentaram a fama do trabalho realizado pela Comunidade e fizeram com que a lista de espera por vaga nas casas chegasse rapidamente a mais de mil pessoas.
No apoio à Congregação na qual foi ordenado sacerdote, Padre Léo também atuou como Diretor da Colégio São Luiz em Brusque, de 1991 a 1995. Foi responsável pela coordenação de todos os trabalhos para a abertura da Escola de Administração e Marketing mantida pelos Dehonianos em Curitiba, em 2001, a ESIC Business & Marketing School.
Após a conclusão do processo de abertura e organização da ESIC, Padre Léo passa a dedicar-se exclusivamente à Comunidade Bethânia, à Canção Nova, como pregador de multidões e apresentador de TV, e especialmente ao papel de missionário evangelizador.
A impressionante lista de realizações deste sacerdote, tanto as obras de caráter espiritual, como um dos mais importantes pregadores católicos do Brasil, quanto as de caráter secular, na assistência social por meio da Comunidade Bethânia, deu-se por conta de um ardor missionário como poucas vezes se observa. Padre Léo ofereceu um diagnóstico preciso da sociedade moderna e uma perspectiva concreta de atuação social. Em sua opinião, o mundo moderno padece de um terrível mal, subjacente a todas as formas de vício que afligem o ser humano: a crise da família, dos cuidadores, que em última análise se traduz em uma crise da paternidade. Quem tem que cuidar de suas máscaras, quem se preocupa em demasia com sua imagem, não tem como cuidar do outro e, por isso, não é capaz de amadurecer.
Seu trabalho é interrompido no início de 2006, no acampamento de Carnaval da Canção Nova. É internado às pressas no hospital Frei Galvão e transferido posteriormente para o Hospital das Clínicas em São Paulo, onde recebe o diagnóstico da doença.
Após onze meses de luta, Padre Léo morre aos 45 anos de idade, no dia 4 de janeiro de 2007, vítima de infecção generalizada por causa de um câncer no sistema linfático, mas deixa uma herança fecunda e um testamento de fé, a partir de uma vida vivida integralmente no seguimento de Cristo em seus 16 anos de sacerdócio. Sua última pregação gravada na Canção Nova, por ocasião do Hosana Brasil em 9 de dezembro de 2006, vendeu mais de XXX mil cópias e nela Padre Léo mostra que, mesmo sua própria enfermidade, pode ser transformada em canal de cura e libertação para os outros.
Por ocasião de sua morte, o Presidente Luís Inácio Lula da Silva comunica Nota de Pesar aos familiares, à Comunidade Bethânia e à Canção Nova, ressaltando as virtudes deste grande brasileiro que buscou, acima de qualquer outra coisa, viver verdadeiramente o Amor Cristão.

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