P. Gilberto Maria Defina

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Breve Biografia
Padre Gilberto Maria Defina
(1925-2004)

Padre Gilberto Maria Defina nasceu em 02 de agosto de 1925, na cidade de Ribeirão Preto, filho dos imigrantes católicos italianos Raphael Defina e Maria Rosa Buonabotta. Por parte de pai ele tinha três irmãos do primeiro casamento, cuja primeira esposa faleceu; de seu pai com sua mãe ele teve sete irmãos.
Foi batizado em 14/02/1926 e fez a sua Primeira Eucaristia em 31/05/1934 na Paróquia Claretiana de Nossa Senhora do Rosário na Vila Tibério. Em 1932 entrou para o grupo dos coroinhas da matriz, ministério ao qual se dedicou com todo amor. Seu pai era um comerciante que faliu após a crise de 1929, esta nova etapa da vida familiar foi marcada pela pobreza.
De 1933 a 1937 fez o Ensino Primário no Grupo Escolar “Sinhá Junqueira”, onde gostava muito de jogar futebol. O Padre foi muito influenciado pela espiritualidade e piedade dos Padres Claretianos que atuavam na Paróquia e isso o despertou para a vocação e após a conclusão do ensino primário com o apoio de sua mãe tomou a decisão de entrar no seminário menor dos Claretianos.
Em 05/02/1938 ingressou no Seminário Menor Santo Antônio Maria Claret na cidade de Rio Claro/SP. Nos quatro anos que passou neste seminário toda sua fé foi solidificada e enraizada numa piedade e amor extremo a Jesus Sacramentado e a Virgem Maria. Em 08/12/1940 ele fez a sua consagração a Virgem Maria através do livro de São Luiz Maria Grignion de Montfort.
Em 1941 após quatro anos no seminário o Padre teve de sair por decisão do Padre Provincial dos Claretianos que respondeu aos apelos de sua mãe, convencida pelos irmãos, e teve de retornar para sua cidade natal.
Com a certeza de sua vocação sacerdotal ele ingressou em 1942 no Seminário Menor em Campinas/SP, onde completou o ensino básico. Em 1943 inicia seus estudos no Seminário Maior Central na cidade de São Paulo. Neste tempo recebeu uma sólida formação filosófica, teológica e espiritual que lhe deram uma forte base para o desempenho de seu futuro sacerdócio. Por sua maturidade humana e espiritual era escolhido pelos seus colegas seminaristas para ser seu orientador e aconselhador espiritual, função aprovada pelos reitores da época.
No ano de 1945 teve de ficar fora do seminário na casa de sua família devido a uma enfermidade. Em 1947 no inicio da teologia ele era um dos candidatos para fazer o curso de teologia em Roma, mas como o Bispo de Ribeirão Preto sabia de suas enfermidades acabou não o enviando. O Padre viu seus amigos partirem em julho para a cidade de Roma, todas estas frustrações nunca o levaram a nenhum sentimento de revolta contra Deus ou contra seus superiores e muito menos inveja de seus colegas.
Em 03/12/1950 aos 25 anos de idade é ordenado sacerdote por Dom Manoel da Silveira D’Elboux na Catedral de Ribeirão Preto e em 08/12/1950 celebra a sua 1ª Missa na Paróquia Nossa Senhora do Rosário na Vila Tibério.
Em 1951 é nomeado coadjutor da Igreja Catedral e nesta época desenvolve um fecundo apostolado de confessor e diretor espiritual que foram marcas de seu sacerdócio.
Em 05/02/1955 é nomeado pároco de São Simão e nesta Paróquia desenvolveu um grande trabalho evangelizador durante doze anos. Fez um trabalho de formação espiritual através dos movimentos e fez muitos empreendimentos para a Igreja diocesana e nesta época foi nomeado membro do Cabido dos Cônegos. Também fez amizade com o Padre Donizetti Tavares de Lima beatificado em 2019, que era pároco em Tambaú-SP cidade próxima a São Simão.
Em agosto de 1955 ele conhece Maria Aparecida Longo, a Nena, que se tornou desde então a sua filha espiritual. Em tudo ela foi como filha e amiga do Padre Gilberto, ajudando-o em todas as suas enfermidades.
Também em São Simão o Padre Gilberto desenvolveu um grande trabalho de caridade ajudando aos mais pobres, realizando campanhas de arrecadamento de alimentos. Esta caridade que animava o seu coração sempre o fez abrir a porta de sua casa para todos que lá buscavam auxilio material ou espiritual.
Em 1962 Dom Davi Picão Bispo de São João da Boa Vista é nomeado Administrador Diocesano e nomeia o Padre Gilberto como Pároco da Catedral Arquidiocesana, mas devido a uma doença enfermidade na pele, ele não pôde aceitar.
Em 1967 Dom Frei Felício Vasconcellos nomeia o Padre para ser Diretor dos Seminaristas da Província Eclesiástica de Ribeirão Preto no Seminário Central do Ipiranga em São Paulo, função esta desempenhado até 1970.
O Padre continua em São Paulo por desejo do Cardeal Dom Agnelo Rossi, que solicita a Dom Vasconcellos a sua permanência como diretor espiritual do Seminário Arquidiocesano. Esta função exerceu durante quase vinte anos, missão que haveria de influenciar diretamente no seu futuro como Fundador.
Em 01/04/1971 Padre Gilberto, junto com mais três sacerdotes, funda a Faculdades Associadas Ipiranga. As atividades da FAI foram direcionadas não só aos candidatos ao sacerdócio, mas aos leigos que desejavam usufruir da experiência da Instituição.
No fim dos anos 70 até metade dos 80, o Padre sofreu com a síndrome do pânico e depressão profunda que o fizeram sofrer grandemente. Nesta época a Nena e sua mãe mudam para a casa do fundo do Padre para cuidarem de sua saúde. Também nesta época teve câncer linfático e também Síndrome de Guillain-Barré uma doença sem cura que paralisa os nervos do corpo. O Padre num dia de S. João Maria Vianney tem o pressentimento que será curado e de fato logo após este dia sua saúde começa a se recuperar milagrosamente surpreendendo os médicos.
Logo após melhorar seu estado de saúde continua exercendo seu fecundo apostolado de escuta e direção espiritual dos seminaristas e dos inúmeros leigos dedicando quase todos os dias da semana a sua agenda de atendimentos.
Nesta época também um óleo misteriosamente começa multiplicar num pote que ficava aos pés do Sacrário e logo brotar de umas pedras e rosas que ficavam ali também, e por fim começa a brotar de uma imagem de Nossa Senhora das Dores. Uma grande quantidade de óleo todos os dias surge destes lugares e então ele começa a colocar em pequenos potinhos que distribui a algumas pessoas que começam a receber várias curas após seu uso. Conforme a fama se espalha o Padre procura o ordinário do local e explica sobre o fenômeno e este ordena que o Padre pare com o fenômeno. O Padre ficou sem saber o que fazer, pois o óleo não surgia por sua vontade e ainda havia muitas curas e sinais. Como um homem obediente que era, contrariando sua vontade, ele retira as pedras e rosas e também a imagem da capela de sua casa, e da mesma forma misteriosa que o óleo surgiu ele também cessou.
Em 1987 após ler um artigo de seu amigo Dom Davi Picão, na época Bispo de Santos, teve conhecimento do fenômeno da Renovação Carismática Católica (RCC) e começou a estudar sobre este movimento.
Uma jovem conhecida sua que era participante da RCC lhe apresentou um vídeo da Irmã Brigid Mackena que ministrava orações e retiros na espiritualidade carismática para Padres e Bispos. Isto despertou mais ainda o interesse do Padre. Esta mesma jovem lhe informa que na Capela do Internato Nossa Senhora Auxiliadora no Ipiranga acontecia o Grupo de Oração Renascer em Cristo dirigido pela Irmã Josefa Iranço Loro, religiosa da Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração.
O Padre começa a frequentar este Grupo e a se aprofundar em leituras sobre a RCC e o livro que mais o marcou neste início de caminhada na RCC foi o livro “Jesus está Vivo”, do Padre Emiliano Tardif.
Em 09/12/1987 a Irmã Josefa e a Dona Clotilde Ferreira pedem para rezar por ele pedindo o dom do batismo no Espírito Santo e o Padre aceita convencido da autenticidade da experiência carismática. Recebendo assim neste dia a grande experiência do batismo no Espírito Santo, evento que se torna um divisor de águas em sua vida. Com isso teve uma nova guinada na sua fé através da espiritualidade carismática, e após este dia se engaja de corpo e alma na RCC.
Em março de 1990 após cinquenta anos com a depressão foi curado por Deus após celebrar a Missa em um retiro do Grupo de Oração. Uma grande graça de Deus em sua vida depois de tanto sofrimento, fruto desta nova vida de carismático sobre a ação do Espírito Santo.
Como um padre membro da RCC logo chama a atenção e é convidado a participar do Grupo de Oração que acontecia na Capela do Pátio do Colégio dos Jesuítas. Nesse Grupo o Padre confessava, fazia orações e pregava nos encontros. Com o passar do tempo não cabiam mais as pessoas na Capela e então o Padre junto com alguns leigos foram até o Cardeal de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns e pediram para usar a Catedral da Sé nas segundas-feiras para realizar o Grupo de Oração. O Cardeal consentiu e deu a permissão e então o Grupo se transferiu da Capela do Pátio do Colégio para a Catedral Metropolitana de São Paulo.
O Grupo de Oração se chamava Associação Maria Mãe da Igreja – AMMI, onde o Padre foi Diretor Espiritual durante doze anos. Deste tempo há relatos de muitas curas milagrosas alcançadas pela intercessão e imposição das mãos do Padre Gilberto e também de muitas libertações espirituais do maligno.
Em 1992 o Padre, com 69 anos de idade, após ouvir muitos relatos de seminaristas diocesanos e religiosos que sofriam perseguições por serem praticantes da espiritualidade carismática e por ter uma vida de devoção ao santo rosário e adoração, práticas que eram proibidas em alguns seminários. O Padre Gilberto sensível a Vontade Divina e às necessidades da Igreja decidiu junto com um grupo de leigos a fundar uma Fraternidade que iria organizar um Seminário para acolher vocações oriundas da RCC. Seria o primeiro seminário do mundo a acolher vocações exclusivamente oriundas da RCC.
Com o discernimento e o amadurecimento do chamado de Deus, o Padre fundou em 17 de setembro de 1994 os Institutos Religiosos Servos e Servas de Jesus Salvador em São Paulo na Diocese de Santo Amaro, que na época era governada por Dom Frei Fernando Antônio Figueiredo, OFM. Uma comunidade que formaria Religiosos e Sacerdotes com a espiritualidade carismática sobre o Carisma Fundacional do Louvor de Deus. Fundação feita com extrema obediência a Deus que lhe pede, mesmo em sua velhice, a ser pai de uma obra nascente.
Pouco tempo antes de dar início ao seminário o Padre estava preocupado porque teria de continuar trabalhando como diretor da FAI que seria uma importante fonte de renda para o Seminário. Com isso ele precisava urgente de um Padre para ser o Diretor Espiritual do Seminário, então no início de 1994 ele encontre o Padre Mario Ugo Scacheri, PIME, que prontamente se colocou a disposição para ajudá-lo. Padre Mario se tornou um grande amigo do Padre Gilberto e contribuiu muito para com o Seminário Salvista, vivendo nele até a sua morte em 2010.
Em 1993 o Padre Gilberto sob inspiração do Espírito Santo dá inicio a devoção de Nossa Senhora de Pentecostes e nomeia o Seminário Maior e o Convento com este título que não fora utilizado ainda na história da Igreja.
Em 2000 falece sua filha espiritual e grande amiga a Nena. E então outro grande amigo seu começa a cuidar de sua saúde morando em sua residência, Gilberto Dealis, conhecido como Xará. Amigo que o acompanhava desde antes da fundação dos Institutos e que ficou ao seu lado até a sua morte. O Xará se consagrou como oblato do Instituto masculino, falecendo em 2015.
A saúde do Padre deteriora desde 1999 após uma doença que os médicos não conseguiram descobrir sua origem, que o fez sofrer muito. Nos últimos anos ele sofreu diabete, osteoporose e um câncer no fígado. Todas essas enfermidades o fizeram ficar incapaz de andar e tendo que a partir de então usar uma cadeira de rodas.
Em 03/12/2000 ao celebrar seus cinquenta anos de Sacerdócio nesta mesma data foram ordenados os três primeiros sacerdotes Salvistas, momento de grande alegria na vida do Padre em ver a obra que Deus lhe deu para cuidar crescendo e iniciando seu apostolado na Diocese de Santo Amaro.
No ano de 2002, o Padre já debilitado pelas várias enfermidades com as quais sofria muito, abdicou humildemente da função de Superior Geral da Fraternidade no Primeiro Capítulo Geral, entregando o governo dos Institutos a seus filhos e filhas, confiando a eles a tarefa de dar prosseguimento à Obra que Deus quis dar início com ele.
Os últimos dois anos de sua vida foram de muitos sofrimentos, e como Jesus Cristo na Cruz, oferecia tudo ao Pai em Louvor, suportando tudo por amor não murmurando e não fugindo da Cruz, por amor a Deus e aos seus filhos e filhas. E este foi seu testemunho final, uma vida fundida a de Cristo pelo amor na dor. Na força do Espírito Santo ele se entregou a Deus se consumindo no leito do hospital. Um homem de fé e amor extraordinário.
Aos 05 de dezembro de 2004, Padre Gilberto Maria Defina falece em odor de santidade no Hospital Beneficência Portuguesa na cidade de São Paulo. Atualmente seus restos mortais estão sepultados na Capela do Seminário Maior Nossa Senhora de Pentecostes na Diocese de Santo Amaro.

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