Resumo Biografico da
Beata MARIA CLARA DO MENINO JESUS
(ao sec. Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque)
(1843-1899)
Foi a visão tão impressionante de muitos pobres, macilentos e tiritando de frio, sofrendo as intempéries de um rigoroso inverno português que fez a Venerável Serva de Deus Maria Clara do Menino Jesus exclamar desta maneira. Com o coração inquieto, a partir daquele momento, só pensou em como abrigar tanto sofrimento sob o manto da caridade, numa acção que a verá incansável até ao fim da vida.
Nascera a 15 de Junho de 1843, na Quinta do Bosque, Amadora, Portugal, de família nobre, religiosamente praticante. Recebera, no baptismo, a 02 de Setembro de 1843, um nome de família: Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque. Com o testemunho cristão de seus pais, Nuno Tomás de Mascarenhas Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque e Dona Maria da Purificação de Sá Carneiro Duarte Ferreira, bebera a seiva evangélica e aspirara o suave perfume do bem. Vivera uma infância feliz, envolvida na ternura e orientada nos sãos princípios católicos. A adolescência, porém, foi atravessada por duros sofrimentos, ocasionados pela morte precoce dos pais, que amadureceram a sua rica personalidade e a impeliram a agir em favor do próximo. Cinco anos de convivência com as religiosas de S. Vicente de Paulo, as Filhas da Caridade, deixariam na sua vida a marca da doação sem reservas.
Atraída pela vida religiosa, especialmente pelo Evangelho das Obras de Misericórdia, investiu todo o seu amor no serviço de Deus, dedicando-se aos pobres, a sua gente. Com o Padre Raimundo Beirão, que a orientou e animou, a 03 de Maio de 1871, fundou a “Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição”. Num curto espaço de tempo, pela afluência de vocações, florescerão muitas obras, hoje expandidas até Angola, Índia, Guiné [e] Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé, Brasil, Estados Unidos, México, Filipinas, Timor Leste, além de Espanha e Itália, onde as suas filhas cuidam dos mais necessitados, aplicando assim o ensinamento e o exemplo da Fundadora.
Derramava a sua caridade sobre todas as pessoas, indistintamente. Abrigava em seu coração, de modo especial, os doentes, os idosos, as crianças abandonadas. Toda a espécie de necessidades a que pôde valer conheceram a sua caridade e a sua abnegação.
Animou as suas obras apostólicas com a oração, o conselho e um grande espírito de sacrifício. Em todas as circunstâncias, demonstrou uma generosidade sem medida e disponibilidade incansável para com todos. Gastou a sua vida com amor e por amor.
A Venerável Serva de Deus Irmã Maria Clara faleceu no dia 1 de Dezembro de 1899, com cinquenta e seis anos de idade, vinte e oito dos quais à frente da Congregação por ela fundada, em tempos marcados por graves perturbações políticas e por leis que não favoreceram a acção evangelizadora da Igreja.
A sua fama de santidade atravessou os anos, por isso, em 18 de Dezembro de 1995, em Lisboa, foi aberto o Processo para a Causa da sua Canonização. Os Consultores Teólogos, reunidos no Congresso Peculiar de 1 de Fevereiro de 2008, reconheceram heróicas as suas virtudes e assim julgaram os Padres Cardeais e Bispos no Congresso Ordinário de 7 de Outubro de 2008. A 6 de Dezembro de 2008, Nós mesmo autorizámos a Congregação das Causas dos Santos a publicar o respectivo decreto. Em vista da Beatificação foi apresentada a cura da senhora Georgina Troncoso Monteagudo que sofria de pioderma gangrenoso há 34 anos. A Consulta Médica de 14 de Janeiro de 2010 julgou tal facto cientificamente inexplicável. Os Consultores Teólogos atribuiram tal cura à intercessão da Venerável Serva de Deus Irmã Maria Clara no Congresso Peculiar de 15 de Junho de 2010 e assim julgaram também os Padres Cardeais e Bispos reunidos no Congresso Ordinário de 7 de Dezembro de 2010. Assim, Nós mesmo autorizámos a Congregação das Causas dos Santos a promulgar o decreto super miro a 10 de Dezembro de 2010 e estabelecemos que o rito da beatificação fosse realizado em Lisboa (Portugal) a 21 de Maio de 2011.